Entre ela e o nada, um tratado
Sempre divaguei na esperança de um dia tornar estática, reorganizar e poder mostrar o que sou.
Decidir que meu tempo não seja mais paralelo. E também não sufocá-lo em devaneios.
Mas, amanhece o dia, a hora passa e o tempo muda de figura.
Quando criança, achei que pudesse materializar meu mundo. Aí cresci e descobri que posso. Então, todas aquelas histórias que fantasiava e escrevia ganharam cor e personagens reais, incrível!
Tudo continua igual porque talvez tenha parado esse tal tempo. Confesso que não foi tarefa fácil.
Quando tudo contradizia minhas ideias, eu brigava por elas. Quando deixava de acreditar, renasciam.
Retomei cada pedaço de texto, encontrei o sentido e a mensagem que tem lá e bradei (para mim): "Não deixarei que os pensamentos morram em mim!".
Soa heroico, dá até vontade de rir. Mas, engraçado mesmo seria continuar falando sim, pensando não; seguindo em frente, sem pé no chão.
Pé nas nuvens, de uma em uma. Às vezes pisa fundo, quase cai. Depois se levanta e flutua.
Se olhar para baixo, tenho medo de altura, "Olhe para cima, Uuka!", dizia minha mãe, ou meu pai. Não me lembro.
Uma vez fiquei parada na ponta da escada rolante, vendo minha família subir. Não sei porque tive medo de acompanhá-los, fiquei confusa. E, quando já não podia mais ficar lá em baixo, tomei coragem e pisei no degrau.
Aventura pouca, mas parei meu tempo para pensar no que fazer.
Fiquei habilidosa... qualquer sinal de confusão, parava meu tempo e como num jogo qualquer, mexia as peças e continuava. Fiz um trato, sem sangue nem nada, prometi. Mas pacto de uma pessoa só logo se perde.
O tempo sacou meu lance e começou a sacanear.
Pára minha vida, mexe as peças, troca sentimentos, coisas e pessoas de lugar e recomeça.
Mexe com as palavras, antes mesmo de saírem da boca e desorganiza tudo ao seu modo.
Engana os pensamentos, apaga memórias, inventa outras, um desorientado!
Tenho pensando numa estratégia para driblar o movimento da mente; em vão.
Estratégia 2: é melhor me aliar ao tempo, alinhar. Porque aí não troco mais o tal do 6 por meia dúzia.
Nem meio dia por meia hora; nem transformo escada rolante em solidão.
A escada é legal porque é isso de tempo e espaço, até confunde. É tempo dentro de tempo, desalinhadamente alinhado.
Ali, o tempo acontece parado, como num tratado: — Vem que eu te espero!
— Não sei se ainda dá tempo.
— Ora! Aqui é promessa do tempo. Vem que ainda dá!
Pára, respira, pensa e vai. Sobe mais um degrau enquanto a escada se move.
Eu me arrisco a dizer que dá para pensar no que fazer, ainda dá.
E não, isso não é texto de auto-ajuda. É puro delírio rs
Decidir que meu tempo não seja mais paralelo. E também não sufocá-lo em devaneios.
Mas, amanhece o dia, a hora passa e o tempo muda de figura.
Quando criança, achei que pudesse materializar meu mundo. Aí cresci e descobri que posso. Então, todas aquelas histórias que fantasiava e escrevia ganharam cor e personagens reais, incrível!
Tudo continua igual porque talvez tenha parado esse tal tempo. Confesso que não foi tarefa fácil.
Quando tudo contradizia minhas ideias, eu brigava por elas. Quando deixava de acreditar, renasciam.
Retomei cada pedaço de texto, encontrei o sentido e a mensagem que tem lá e bradei (para mim): "Não deixarei que os pensamentos morram em mim!".
Soa heroico, dá até vontade de rir. Mas, engraçado mesmo seria continuar falando sim, pensando não; seguindo em frente, sem pé no chão.
Pé nas nuvens, de uma em uma. Às vezes pisa fundo, quase cai. Depois se levanta e flutua.
Se olhar para baixo, tenho medo de altura, "Olhe para cima, Uuka!", dizia minha mãe, ou meu pai. Não me lembro.
Uma vez fiquei parada na ponta da escada rolante, vendo minha família subir. Não sei porque tive medo de acompanhá-los, fiquei confusa. E, quando já não podia mais ficar lá em baixo, tomei coragem e pisei no degrau.
Aventura pouca, mas parei meu tempo para pensar no que fazer.
Fiquei habilidosa... qualquer sinal de confusão, parava meu tempo e como num jogo qualquer, mexia as peças e continuava. Fiz um trato, sem sangue nem nada, prometi. Mas pacto de uma pessoa só logo se perde.
O tempo sacou meu lance e começou a sacanear.
Pára minha vida, mexe as peças, troca sentimentos, coisas e pessoas de lugar e recomeça.
Mexe com as palavras, antes mesmo de saírem da boca e desorganiza tudo ao seu modo.
Engana os pensamentos, apaga memórias, inventa outras, um desorientado!
Tenho pensando numa estratégia para driblar o movimento da mente; em vão.
Estratégia 2: é melhor me aliar ao tempo, alinhar. Porque aí não troco mais o tal do 6 por meia dúzia.
Nem meio dia por meia hora; nem transformo escada rolante em solidão.
A escada é legal porque é isso de tempo e espaço, até confunde. É tempo dentro de tempo, desalinhadamente alinhado.
Ali, o tempo acontece parado, como num tratado: — Vem que eu te espero!
— Não sei se ainda dá tempo.
— Ora! Aqui é promessa do tempo. Vem que ainda dá!
Pára, respira, pensa e vai. Sobe mais um degrau enquanto a escada se move.
Eu me arrisco a dizer que dá para pensar no que fazer, ainda dá.
E não, isso não é texto de auto-ajuda. É puro delírio rs
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